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RADARES ELETRÔNICOS | Prefeitura aplica mais de 38 mil multas em motoristas por avançarem o sinal vermelho

No ano passado, 26.728 motoristas foram multados por avançarem o sinal vermelho e em 2023 esse número subiu para 38.539


Desde a instalação dos radares em 2017, muitas foram as manifestações contrárias ao funcionamento dos radares (Foto: Equipe Radar)

A novela sobre os radares eletrônicos instalados em vários pontos da cidade pela Prefeitura de Boa Vista parece não ter fim. Depois de seis anos dessa iniciativa do Executivo municipal, vira e mexe novos capítulos dessa história vão surgindo, assim como a existência de divergências por parte de autoridades e de condutores de veículos. 


Dados enviados à reportagem pela empresa Search Tecnologia, com sede em Brasília (DF), informam a quantidade de multas da prefeitura aplicadas aos motoristas, por meio dos radares eletrônicos, nos anos de 2022 e agora 2023, por excesso de velocidade e ultrapassar o sinal vermelho. 


Atualmente, a Prefeitura de Boa Vista possui os seguintes tipos de radares eletrônicos: 10 dispositivos de controle de velocidade, 12 de avanço de sinal e 17 redutores de velocidade educativos, conhecidos como “anjinhos”.


Quantidade de multas aplicadas pela prefeitura

Em 2022, o número de multas aplicadas em motoristas por ‘velocidade superior à máxima permitida em até 20%’ chegou a 28.258, enquanto neste ano foi de 7.195 penalidades.

‘Velocidade superior à máxima permitida em mais de 20% até 50%’ é outra infração que resultou em 4.897 multas no ano passado e em 2023 esse número já chegou a 1.604 multas. O número de multas no ano passado por ‘Velocidade superior à máxima permitida em mais de 50%’ foi de 446 e agora neste ano já chega a 125.


SINAL VERMELHO - No ano passado, foram registradas 26.728 multas em razão da infração avançar o sinal vermelho e em 2023 esse número subiu para 38.539. Ou seja, um aumento de 44%. Para esse tipo de infração, conforme o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), o valor da multa para o motorista é de R$ 293,43. Em 2022, a prefeitura arrecadou R$ 7.843.064,32. Já neste ano, o valor arrecadado é de R$ 11.308.884,16.


Confira as penalidades por excesso de velocidade e ultrapassar sinal vermelho

Segundo o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), as multas por transitar acima da velocidade máxima permitida na via também variam conforme a gravidade da infração. Ou seja, quanto maior for o porcentual de velocidade excedida, mais cara será a punição. Confira as penalidades:


1 - Velocidade superior à máxima em até 20% (infração média): valor de R$ 130,16 e 4 pontos descontados da carteira;


2 - Velocidade superior à máxima em mais de 20% e até 50% (infração grave): valor de R$ 195,23 e 5 pontos descontados da carteira;


3 - Velocidade superior à máxima em mais de 50% (infração gravíssima): a multa deve ser multiplicada em três vezes - desta forma, deverá ser pago o valor de R$ 880,41 (R$ 293,47 x 3). São descontados 7 pontos na carteira e além disso o motorista terá o direito de dirigir suspenso entre 2 a 8 meses e, em caso de reincidência em menos de 12 meses, a suspensão aumenta para entre 8 a 18 meses. 


4 - Ultrapassar o sinal vermelho (infração gravíssima): o valor da multa por avançar o sinal é de R$ 293,43, e o condutor leva 7 pontos na CNH. 


Vereadores têm opiniões diferentes quanto a instalação dos radares

Ítalo Otávio questiona a maneira como os pardais foram instalados (Foto: Ascom parlamentar)

Depois de seis anos do imbróglio envolvendo os radares eletrônicos instalados pela prefeitura, a reportagem ouviu dois vereadores, Ítalo Otávio (Republicanos), do grupo de oposição a gestão atual de Boa Vista, e Bruno Perez (MDB) da base do Executivo municipal.


O vereador Ítalo Otávio analisa como positiva a ideia de criar dispositivos para inibir a alta velocidade e diminuir os acidentes de trânsito. “Mas é questionável a maneira como a Prefeitura de Boa Vista fez isso dentro da nossa cidade”, ressaltou.


Sobre os radares servirem para educar os motoristas no trânsito ou somente para arrecadar recursos, o parlamentar foi enfático ao afirmar que acredita que os dispositivos fizeram com que motoristas passassem a ter mais responsabilidade no trânsito.


“Mas, ao mesmo tempo, percebo que tem cunho arrecadatório, porque alguns deles [radares] estão instalados em locais desnecessários, como em vias que não há registros de acidentes de trânsito, como um que fica na avenida Ataíde Teive e outro na Brigadeiro Eduardo Gomes, em frente ao Parque Anauá. Então, para quê pardais nesses trechos”, questionou Ítalo Otávio.


Quanto à aplicação dos recursos arrecadados pela prefeitura, por meio dos radares, o vereador republicano ressaltou que o Executivo municipal não é transparente com o que arrecada. “É difícil, porque ela [prefeitura] tem o poder de distribuir, de realocar os recursos aonde bem entende, mas sem dar transparência a esse procedimento”, comentou Ítalo Otávio.


Bruno Perez disse que sempre foi favorável à instalação dos radares (Foto: Ascom parlamentar)

O vereador Bruno Perez disse que sempre foi contra a chamada indústria da multa. “Indústria da multa, a meu ver, antigamente acontecia muito, mas de um agente de trânsito que ficava em locais alternativos, escondido, multando as pessoas”.


“Aqui em Boa Vista, quando colocaram esses radares eu fui favorável, até porque toda cidade que tem grande fluxo de veículos é preciso conter os motoristas que abusam. Então os radares vieram também para educar a população. Portanto, analiso os radares como necessários, embora parte da população questione e ainda continue chamando de indústria da multa”, explicou o vereador. 


“Os radares estão em locais fixos, onde a população sabe, então não há desculpa. Quer dizer, tem um radar em frente ao Parque Anauá, se é multado lá não é indústria da multa, é porque abusou da velocidade permitida na via. Portanto, eu analiso como um ponto positivo a instalação desses dispositivos”, frisou Perez. 


O parlamentar comentou que acredita que a educação para o trânsito funcione para crianças, adolescentes e jovens. “Os adultos, em sua maioria, têm habilitação, passaram por uma autoescola e sabem muito bem o que é certo e o que é errado. Agora, a pior forma, ou seja, a melhor forma, seria a multa. É como diz o ditado bem conhecido por todos, só aprende quando dói no bolso”, frisou. 


Ele acrescentou que “em Boa Vista, nem com os radares a gente tem visto evolução aceitável ou necessária, porque motoristas insistem em correr, em acelerar, em fazer racha, em beber e dirigir. Se não tivéssemos os radares hoje, muito mais pessoas teriam morrido. Então eu acredito que o radar serve para não propriamente educar, mas para frear a imprudência de muitos condutores de veículos”.


Perez afirmou que a prefeitura tem investido os recursos arrecadados na melhoria do trânsito, seja implantando sinalização horizontal e vertical, fiscalização com os agentes de trânsito da Smtran [Superintendência Municipal de Trânsito] e na educação para o trânsito também”, finalizou.


Motorista discorda de locais onde estão instalados os pardais

O condutor Elinilton Santos disse que nunca foi multado por desobedecer aos pardais (Foto: Equipe Radar) 

O motorista de táxi-lotação Elinilton Santos, trabalha há 20 anos nessa profissão. Ele, que é a favor da instalação dos radares pela cidade, disse que ainda não foi multado pelos dispositivos. 

Embora não faça parte das estatísticas, Santos reconhece que os radares disciplinam os condutores de veículos. “Mas, também não deixa de ser uma forma de arrecadar dinheiro para os cofres públicos”, ressaltou. 


Ele comentou que não concorda com a instalação dos radares em alguns locais da cidade. “Tem uns instalados em determinados pontos que é somente para arrecadar dinheiro”, ressaltou, citando o da avenida Ville Roy, no bairro São Vicente; na Brigadeiro Eduardo Gomes, em frente ao Parque Anauá; e o da rotatória do Ibama, instalado recentemente. 


Conforme podemos observar, a situação dos pardais em Boa Vista continua sendo complexa e polêmica. Diversas autoridades municipais se posicionam em ambos os lados dessa disputa, atacando ou defendendo a instalação dos dispositivos eletrônicos. Em meio a esta batalha encontra-se a população que, às vezes, toma partido em um dos lados, mas em sua maioria prefere uma abordagem mais centralizada, entendendo a necessidade da implantação e seu caráter educativo, mas estranhando algumas medidas tomadas pela PMBV, principalmente em relação aos locais de instalação e a deficiência na instalação das placas de aviso.


Por Jornal Cacos

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