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TCC e Ansiedade: como superar esses desafios?

Segundo psicóloga, é comum que o Trabalho de Conclusão de Curso cause problemas na saúde mental dos estudantes.

Foto: Internet

A conclusão de um curso universitário é uma das etapas mais importantes na vida de qualquer estudante, e escrever o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é um marco crucial desse processo. No entanto, muitos alunos enfrentam uma barreira comum: a ansiedade na hora de escrever e apresentar o trabalho.


Para a psicóloga Camila Barbosa a ansiedade e o medo ao escrever o TCC é uma experiência comum entre os estudantes, mas é preciso ter consciência de que essa é uma fase importante para conclusão da graduação.

“Os alunos se sentem ansiosos porque têm medo de serem reprovados no TCC. Medo de tirar uma nota muito ruim e de ser humilhado. Então assim a ansiedade vai ser comum nesses casos. Mesmo que o aluno estude bastante, ainda vão se sentir ansiosos”, explica a psicóloga.

O estudante Mateus Moura está no nono semestre do curso de Psicologia da Universidade Federal de Roraima, e agora, no final da graduação, descreve o momento como sendo de muita ansiedade.


“O Trabalho de Conclusão de Curso é um processo de muita ansiedade pra mim, até porque eu fico mais ansioso com o tempo de entrega. Não é nem com o conteúdo a ser escrito, mas com a data da entrega do trabalho. Está chegando a data e eu não estou escrevendo o suficiente, embora até esteja escrevendo. Mas sinto que não estou escrevendo o máximo que deveria. Aí eu vejo meus colegas entregando, apresentando e eu ainda não, com isso a ansiedade só aumenta”, relata o universitário.


A psicóloga conta ainda que os motivos para essa ansiedade são diversos, e é comum os estudantes se sentirem pressionados consigo mesmos e por terceiros.


“Os motivos para os alunos se sentirem ansiosos nesse processo podem ser muitos. Às vezes tem pressão interna, a pessoa se pressiona muito, coloca na cabeça que é incompetente, que não vai conseguir, sendo que esquece que conseguimos fazer tantas outras coisas que são muito mais difíceis. Também tem a pressão de professores, a pressão de pessoas que estão na faculdade e acabam colocando o medo nos alunos”, explica.


Os estudantes temem ainda não atender às expectativas dos professores ou não obterem a nota desejada, mas para o professor Luís Munaro, do Curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal de Roraima, nessa etapa deve haver muito diálogo entre o aluno e o orientador para que o processo seja proveitoso para ambos.


“O processo de orientação é um diálogo. O aluno me apresenta suas indagações que, aos poucos, eu ajudo a transformar naquilo que se chama de problema de pesquisa. É uma relação de intercâmbio. Tanto aluno quanto orientador descobrem coisas novas a partir dos interesses construídos na mente do primeiro. Nesta relação, o orientador ajuda a "lapidar" as perguntas do aluno e transformá-las num estudo científico. Do ponto de vista ideal, essas relações devem dar a maior quantidade possível de liberdade para o aluno fazer as suas indagações, conduzir leituras e escrever o seu relato de pesquisa. Ao mesmo tempo, o orientador deve fornecer leituras, ferramentas teóricas, conceitos que ajudem o aluno a alcançar a resposta para aquilo que o inquieta”, explica o professor.


Mesmo com esses desafios do final do curso, Matheus relata que se sente bastante confiante para conclusão da graduação e com boas expectativas para o mercado de trabalho. “A minha expectativa é que venha um dez, né. Se tudo der certo se a banca gostar do meu trabalho, a expectativa é essa. Tem aquela ansiedade profissional da vida acadêmica, mas vai tudo dar certo, confio muito”.


A psicóloga Camila Barbosa ainda diz que há alguns sintomas físicos quando a pessoa está se sentindo ansiosa. Entre eles estão a inquietação, o nervosismo e a taquicardia.


“A pessoa [também pode] pode ter problemas no intestino, que quando a gente tá muito ansioso, o nosso intestino é afetado. Então pode ter dor de barriga, sentir cólicas e desenvolver alguns transtornos alimentares”, relata.


E para lidar com a ansiedade ao escrever o TCC a psicóloga concede algumas dicas.


“Antes de parar para escrever é importante organizar todo o ambiente, ver o que que eu vou precisar, organizar luz e o espaço. Se vou precisar de água, já coloco uma água do meu lado. É bacana também fazer uns exercícios de relaxamento antes porque quando a pessoa se senta é comum ficar muito tenso, então se alongar é importante. Dormir é muito importante, porque se a pessoa não dorme, o cérebro não consegue processar”.


Com planejamento, apoio e confiança em suas habilidades, os alunos podem superar a ansiedade e concluir com sucesso essa etapa importante de suas jornadas acadêmicas. Entretanto, vale lembrar que caso os sintomas sejam muitos graves, é recomendável procurar ajuda de um profissional, como psicólogo e/ou psiquiatra.


Por Maria Cecília Veloso


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